Bebê do Acre com cardiopatia rara tem alta da UTI em SP: 'Dias angustiantes'
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Calebe de Souza Moraes de 5 meses, trata uma cardiopatia congênita grave em São Paulo
Após nove dias, o pequeno Calebe de Souza Moraes, de 5 meses, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nessa quarta-feira (19). O bebê trata uma cardiopatia congênita grave no Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e agora segue o tratamento na enfermaria.
Calebe de Souza foi transferido do Hospital da Criança, em Rio Branco, para São Paulo em 30 de outubro.
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Ao g1, a mãe do bebê e servidora pública, Leivia do Vale de Souza, de 37 anos, disse que os dias de internação quase a fizeram perder as esperanças pela dificuldade do tratamento que afeta o coração e os vasos sanguíneos, mas a fé ajudou a encontrar equilíbrio para superar o momento difícil.
"Nesses 44 dias de hospital, confesso que quando vi meu filho em estado grave, quase perdi a esperança, mas mantive minha fé, foram dias angustiantes, chorei muito quando vi quase meu filho perdendo a vida", disse emocionada.
Bebê com cardiopatia enfrentou em 45 dias de UTI, bronquiolite, bactéria nos rins, pneumonia e chegou a ser entubado
Arquivo pessoal
No último dia 3, a criança fez uma cirurgia de quase cinco horas para reparação do problema cardíaco e ficou ficou cerca de 8 dias internada na unidade semi-intensiva do hospital, referência nacional em procedimentos pediátricos de alta complexidade.
Ainda conforme a mãe, Calebe precisou usar ventilação mecânica, momento crítico em que foi para UTI pediátrica para tratar uma bronquiolite. Além disso, ainda precisou de tratamento para combater uma bactéria nos rins.
"Ver meu filho daquele jeito, entubado e completamente inchado foi desesperador pois não cheguei a reconhecê-lo", pontuou.
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Após ser extubado, ele voltou para unidade semi-intensiva, para finalizar o tratamento de uma uma pneumonia que acabou debilitando o pulmão da criança. Leivia disse ainda que mesmo estando sozinha durante o tratamento, teve todo o suporte e foi muito bem recebida no hospital.
Moradores de Plácido de Castro, no interior do Acre, a mãe e o bebê nunca tinham saído do estado acreano. Ela confessou que saudade dos outros três filhos que ficaram no Acre tem apertado nos momentos de aflição.
"A saudade é grande e dolorosa, a gente aqui tão longe da família e passando por momentos tão difíceis, não é fácil, mas saber que meu filho tinha um patologia grave no coração e que teria que passar por um cirurgia de correção total de peito aberto foi muito difícil", afirmou.
❤ De todo coração
Um dos significados do nome Calebe é de todo coração, ligando-se à ideia de dedicação total, ao nome que também representa uma figura bíblica. Com fé e amor, a família tem superado umas das fases mais difíceis de sua vida, segundo a mãe.
"Tivemos uma equipe maravilhosa, o médico que fez a cirurgia do meu filho já operou vários bebês acreanos e salvou muitas vidas. Se o Calebe não tivesse feito logo a cirurgia hoje não estaria entre nós", afirmou.
Leivia também contou que, como válvula de escape, precisou viver um dia de cada vez, entre os altos e baixos enquanto o bebê esteve na UTI. "Estive sempre na expectativa de tudo ocorrer bem, apesar de todas intercorrências. Olho para ele sem acreditar, é um milagre", celebrou.
A família ainda não tem uma data específica para retornar ao estado, mas, quando voltar, pretende festejar o milagre pela vida de Calebe. A criança vai precisar ir a Rio Branco de tempos em tempos para acompanhar com os especialistas.
"Terá acompanhamento com o cardiologista pediátrico, fisioterapeuta entre outros especialistas devido ao problema cardíaco grave que teve. Fará uso de medicamentos para isso e vamos precisar de todo o acompanhamento", finalizou.
Bebê de 4 meses anomalia cardíaca é transferido do Acre para hospital de São Paulo
Tiago Araújo/Secom
Transferência
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) encaminhou a criança o Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto para um atendimento especializado.
O bebê sofre de uma cardiopatia congênita grave, diagnosticada como tetralogia de Fallot, uma malformação rara que afeta o fluxo de sangue entre o coração e os pulmões.
Segundo a pediatra intensivista Elizabeth Souza, com o diagnostico, a criança pode sentir dificuldade para ter a oxigenação adequada, e ter cansaço, falta de ar e a coloração azulada na pele.
A condição exige cirurgia corretiva e acompanhamento especializado, o que motivou a transferência da criança ao estado paulista.
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