Caso Benício: 'Estávamos muito ansiosos para esse momento', diz mãe ao relembrar que filho celebraria formatura do ABC

  • 07/12/2025
(Foto: Reprodução)
Caso Benício: veja cronologia do atendimento que levou à morte de criança Os pais de Benício Xavier, de 6 anos, em Manaus, publicaram nas redes sociais que no último sábado (6) o filho estaria participaria da colação de grau e formatura do ABC. Na publicação, a mãe da criança destaca que eles estavam 'ansiosos' pela data. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". A técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela aplicação do medicamento, também é investigada. Ambas respondem ao inquérito em liberdade. ““Hoje seria o dia da sua colação e formatura do ABC. Estávamos muito ansiosos para esse momento. Um ano de muito aprendizado na escolinha. Um ano que ficará marcado para sempre em nossas vidas. Ele estaria muito feliz hoje ao lado de seus amigos. Te amamos muito eu e seu pai”, escreveu a mãe em relato emocionado. O evento de formatura, realizado na escola onde Benício estudava, foi marcado por homenagens de colegas, professores e pais das crianças. Durante a cerimônia, também houve pedidos de justiça pela morte do menino. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Benício Xavier em ensaio fotográfico para a formatura Divulgação Defesa alega falha no sistema do hospital e família contesta A defesa de Juliana Brasil Santos afirmou que a médica reconheceu o erro “no calor do momento” e sustenta que uma falha no sistema automatizado do Hospital Santa Júlia teria alterado a via de administração registrada pela médica. Os advogados afirmam que a mudança não foi percebida pela médica e insistem que falhas estruturais da unidade contribuíram para o agravamento do quadro do menino. "Juliana não escreveu a prescrição manualmente. Hoje, as prescrições são feitas por um sistema automatizado. Quando ela escreve a via de administração, o próprio sistema pode entender que está incorreta e alterá-la automaticamente. Isso já foi relatado por outros profissionais. Se fosse uma prescrição escrita, o erro não teria acontecido", disse o advogado Felipe Braga. O delegado, no entanto, afirma que apenas o resultado de uma perícia técnica realizada no sistema do hospital poderá concluir se houve a falha. No sábado (6), os pais de Benício publicaram uma carta aberta em que contestam a versão apresentada pela defesa de Juliana Brasil. "Também está demonstrado que não houve qualquer falha de sistema. O próprio prontuário registra que, horas depois, na UTI, a equipe médica prescreveu corretamente a adrenalina pela via inalatória, evidenciando que o software registra adequadamente as vias de administração e não sofreu instabilidade capaz de alterar prescrições", diz trecho do documento. LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Colega de trabalho diz em depoimento que alertou técnica para não aplicar adrenalina na veia Investigação Médica Juliana Brasil Santos e a Técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva investigadas no Caso Benício Rede Amazônica No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. Em relatório enviado à Polícia Civil, ao qual a Rede Amazônica teve acesso, Juliana reconheceu que errou ao prescrever adrenalina na veia. Ela afirmou ter informado à mãe que a medicação deveria ser administrada por via oral e disse ter se surpreendido pela enfermagem não questionar a prescrição. A técnica Raiza Bentes declarou que apenas seguiu o que estava registrado no sistema. O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. Tentativa de adulteração Ao menos três testemunhas afirmaram, em depoimento à polícia, que a médica Juliana Brasil Santos tentou adulterar o prontuário médico para omitir o erro na prescrição de altas doses de adrenalina. A informação foi divulgada pelo delegado Marcelo Martins. "A médica teria tentado obter acesso à prescrição médica original para suprimi-la e editar os dados no sistema para que não aparecesse o fato dela ter prescrito errado a adrenalina pela via endovenosa e não pela via de nebulização", disse Martins. Ainda conforme autoridade policial, as circunstâncias podem agravar a situação da médica. Ele afirma que a polícia avalia a questão do dolo eventual, ou seja, se houve alguma indiferença em relação à vida de Benício. "Estamos nos atentando a todos esses detalhes para poder verificar se teve dolo eventual ou se foi só um homicídio culposo e até que ponto a ação ou omissão dos envolvidos culminou na morte da criança". Apesar dos relatos apontarem que houve tentativa de manipular as provas por parte de Juliana, Martins explica que um pedido de prisão não pode ser feito devido a uma liminar deferida no pedido de Habeas Corpus apresentado pela defesa da médica e aceito pela Justiça. "Se não fosse esse Habeas Corpus, isso seria uma causa forte de prisão pois adulteração de provas é um elemento forte de pedido de prisão. De toda forma, como existe essa liminar deferida no Habeas Corpus, não pode ser formulado novo pedido uma vez que está, desde já, vetado preventivamente qualquer tipo de segregação de liberdade em relação a doutora Juliana Brasil", diz o delegado. O caso Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. Redes sociais

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/07/caso-benicio-estavamos-muito-ansiosos-para-esse-momento-diz-mae-ao-relembrar-que-filho-celebraria-formatura-do-abc.ghtml


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