CCBB muda para 18 anos classificação indicativa de exposição que vereadores de BH tentaram fechar
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Vereadores de BH vão ao CCBB com guardas e PMs e cobram fechamento de exposição
A classificação indicativa da exposição "Fullgás", alvo de fiscalização de vereadores da capital mineira após supostas queixas de mães incomodadas com as obras, foi ajustada para 18 anos. A informação foi confirmada pelo Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB-BH) nesta sexta-feira (17).
No último 8 de outubro, parlamentares tentaram usar guardas municipais e policiais militares para fechar a mostra, em cartaz no CCBB desde agosto. Eles alegaram que imagens de sexo e nudez estavam sendo exibidas ao público em geral, sem restrição de idade (leia mais abaixo).
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De acordo com o centro cultural, o ajuste da classificação indicativa foi feito nesta quinta (16) e segue uma decisão liminar, de caráter provisório, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Cabe recurso.
Procurado pelo g1, o Fórum Lafayette, responsável pelo julgamento de causas cíveis e criminais em BH, informou que o processo está sob sigilo e, por isso, "não é possível nenhum tipo de manifestação do juiz".
"O Centro Cultural ressalta, ainda, que a exposição Fullgás estreou em outubro de 2024, passando por Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, e seguiu as normas do Guia Prático de Artes Visuais do Ministério da Justiça, publicado em 2021, que estabelece que apresentação de níveis elementares e fantasiosos de violência e obras de arte sem teor erótico explícito têm Classificação Indicativa Livre", completou o CCBB.
A instituição ainda reiterou que prestará todas as informações necessárias para subsidiar a decisão definitiva da Justiça, que pode ou não voltar atrás.
Alvo de polêmica
No início de outubro, vereadores de Belo Horizonte foram ao CCBB, na Praça da Liberdade, para tentar fechar a exposição "Fullgás". Eles chegaram a acionar a Guarda Municipal e a Polícia Militar.
Na ocasião, os parlamentares Flávia Borja (DC) e Irlan Melo (Republicanos) alegaram que estavam fazendo uma fiscalização motivada por supostas queixas de mães incomodadas com imagens de nudez e sexo na mostra, que tinha classificação indicativa livre.
A exposição traz elementos que refletem a cultura brasileira dos anos 1980 e apresenta no catálogo rádios antigos, TVs, capas de revistas e pinturas que contam a história da ditadura militar no Brasil.
Entre as peças que foram alvo de crítica dos vereadores está uma mensagem sobre sexo seguro e uso de preservativo para evitar a contaminação de doenças autoimunes como a AIDS, causada pelo vírus HIV. Outra obra citada é a pintura de uma mulher usando espartilho, em pose sensual e dramática.
Com a polêmica, o CCBB defendeu que o evento seguia as regras do Ministério da Justiça, que permitem a exibição de obras com violência apenas imaginária ou simbólica e nudez sem conteúdo sexual, classificando-as como livres para todos os públicos.
Conheça exposição que vereadores de BH tentam fechar
Peças foram questionadas por vereadores de BH
Reprodução
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