Dólar abre em queda com investidores atentos ao IPCA, e às decisões de Copom e Fed
10/12/2025
(Foto: Reprodução) Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (10) em queda de 0,22%, a R$ 5,4230, de olho no cenário interno e externo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os investidores acompanham a última “superquarta” do ano atentos a uma agenda carregada de indicadores e decisões importantes. A inflação de novembro no Brasil e as reuniões sobre juros aqui e nos Estados Unidos são os principais destaques, enquanto o cenário político local segue no radar.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
▶️ O IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, com expectativa de alta de 0,20% no mês e acumulado de 4,5% em 12 meses — índice que, se confirmado, volta ao teto da meta do Banco Central. O IPCA-15 já havia sinalizado desaceleração ao marcar 4,5% na prévia.
▶️ Lá fora, o Federal Reserve (o BC americano) anuncia sua decisão sobre a taxa de juros do país, prevista para as 16h (de Brasília), seguida da coletiva do presidente Jerome Powell. O mercado aposta em corte de 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,5% a 3,75%.
▶️ No Brasil, o Copom anuncia às 18h30 se manterá a Selic em 15% ao ano. A expectativa é de estabilidade, mas os investidores buscam sinais sobre quando começará o ciclo de cortes, se em janeiro ou março do ano que vem.
▶️ No campo político, a Câmara aprovou o texto-base do projeto que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe. A possível mudança reacende especulações sobre impacto nas eleições de 2026 e influencia o humor do mercado.
🔎 Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,04%;
Acumulado do mês: +1,87%;
Acumulado do ano: -12,05%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +0,39%;
Acumulado do mês: -0,69%;
Acumulado do ano: +31,34%.
À espera dos juros
Um dos destaques desta semana fica com as decisões de juros do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (banco central dos EUA), ambas previstas para hoje — na chamada Superquarta.
Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 15% ao ano mais uma vez. Em falas recentes, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, já indicou que os juros devem permanecer elevados, reiterando que as decisões do BC são embasadas em fatos e dados.
Em evento no início deste mês, o banqueiro central já havia dito que os dados de desemprego de outubro mostram um cenário econômico mais complexo do que o esperado, afirmando que esse contexto exige uma atuação mais conservadora na condução da política monetária.
🔎 A taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro — o menor nível desde o início da série histórica, em 2012 — mesmo diante de um quadro de juros elevados e sinais mistos no mercado de trabalho.
"O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação", afirmou à época.
Já nos EUA, a maior parte dos investidores acredita que o Fed deve reduzir as taxas norte-americanas em 0,25 ponto percentual, dando continuidade ao ciclo de corte de juros.
As apostas foram reforçadas após o PCE de setembro, divulgado em atraso por conta da paralisação de 43 dias do governo norte-americano.
O indicador, que é a medida de inflação preferida do Fed, indicou que os gastos do consumidor dos EUA aumentaram em linha com as previsões em setembro, enquanto os preços básicos subiram 2,8% em relação ao ano anterior — patamar levemente abaixo da expectativa do mercado, de alta de 2,9%.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices fecharam sem direção única na terça-feira, com os investidores aguardando a decisão de política monetária do Federal Reserve.
Outro ponto de atenção é a autorização do governo americano para que a Nvidia volte a vender chips de inteligência artificial à China, medida que impulsionou as ações da empresa e de outras companhias de tecnologia.
O Dow Jones recuou 0,37%, aos 47.560,81 pontos, e o S&P 500 teve perdas de 0,09%, aos 6.840,52 pontos. O Nasdaq, por sua vez, avançou 0,13%, aos 23.576,49 pontos.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em queda, acompanhando o clima de cautela global antes da decisão do Fed.
Investidores monitoram ainda reuniões de outros bancos centrais: o Banco Nacional Suíço divulga sua decisão na quinta-feira, enquanto o Banco da Inglaterra e o BCE se reúnem na próxima semana.
No fechamento, o índice STOXX 600 recuou 0,04%, aos 578,11 pontos. O FTSE 100, de Londres, teve baixa de -0,03%, aos 9.642,01 pontos, e o CAC 40, de Paris, caiu 0,69%, aos 8.052,51 pontos. Por outro lado, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,49%, aos 24.162,65 pontos.
Na Ásia, o dia foi de quedas nas bolsas da China e de Hong Kong, após a liderança chinesa sinalizar que não pretende adotar novos estímulos no curto prazo, apesar das tensões comerciais e das dificuldades do setor imobiliário. Em outras praças da região, o movimento foi misto.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,37%, para 3.909 pontos, e o CSI300 recuou 0,51%, a 4.598 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,29%, para 25.434 pontos. Já o Nikkei, em Tóquio, subiu 0,1%, para 50.655 pontos.
Dólar vive disparada nos últimos dias
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
*Com informações da agência de notícias Reuters