Entenda a redução de tarifas por Trump e por que ela foi vista com ressalvas no Brasil; veja perguntas e respostas

  • 15/11/2025
EUA reduzem tarifa para café, carne, banana e açaí Os Estados Unidos anunciaram na noite da última sexta-feira (14), a redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios. Com a decisão, as taxas para o Brasil caíram de 50% para 40%. A medida foi comemorada por representantes do governo brasileiro, mas não agradou parte dos exportadores e da indústria, que consideram que o país continua em desvantagem competitiva em relação aos seus principais concorrentes. (Entenda mais abaixo) 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão envolve apenas as chamadas tarifas de reciprocidade — no caso do Brasil, uma taxa de 10% imposta pelo republicano em abril deste ano. Nesta reportagem, você vai entender: O que os EUA decidiram sobre as tarifas impostas ao Brasil? Por que a redução não agradou todos os exportadores e a indústria? Como reagiram setores de carnes e frutas? A redução das tarifas tem relação com o encontro entre Trump e Lula? O que acontece agora? Como estão as negociações entre Brasil e Estados Unidos? A lista de produtos que tiveram tarifa reduzida O que os EUA decidiram sobre as tarifas impostas ao Brasil? A Casa Branca anunciou, na noite de sexta-feira (14), uma redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios. Entre os produtos, estão: café e chá; frutas tropicais e sucos de frutas; cacau e especiarias; bananas, laranjas e tomates; carne bovina; e fertilizantes adicionais. Para o Brasil, a medida impacta principalmente as exportações de café, carne, açaí e manga, alguns dos produtos vendidos pelo país aos norte-americanos. A redução abrange as chamadas tarifas de reciprocidade, impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a diversos países em abril. No caso brasileiro, a alíquota era de 10%. Com a decisão, as taxas sobre as exportações brasileiras caíram de 50% para 40%. Por que a redução não agradou todos os exportadores e a indústria? Em entrevista ao g1, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, afirmou que a redução das taxas trouxe uma desvantagem competitiva para o Brasil frente a seus principais concorrentes. Segundo ele, muitos países que também exportam para os Estados Unidos já avançaram nas negociações, diferente do Brasil. "Muitos já tinham acordo bilateral formado, outros estavam com 10% [de taxa], como a Colômbia e a Etiópia", explicou o diretor. Assim, enquanto a redução anunciada por Trump baixou as taxas do Brasil de 50% para 40%, outros países tiveram suas taxas zeradas. Representantes da indústria também alertaram para a urgência de negociar a eliminação das tarifas restantes. “Países sem essa sobretaxa terão mais vantagens para vender aos americanos”, disse Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "É muito importante negociar quanto antes um acordo para o produto brasileiro voltar a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras", completou. A CNI informou que a medida de Trump se aplica a 80 itens agrícolas vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos. Porém, somente quatro – três tipos de suco de laranja e castanha-do-pará – ficam isentos de taxas. Os outros 76 podutos, incluindo carne bovina e café, continuam sujeitos à taxa de 40%. Em entrevista a jornalistas neste sábado (15), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a redução das taxas está "na direção correta", mas reiterou que ainda existe uma "distorção" que "precisa ser corrigida". Como reagiram setores de carnes e frutas? Os setores de carnes e frutas receberam a notícia de redução das tarifas com maior otimismo. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou ao g1, a decisão dos EUA é "uma boa sinalização para o mercado brasileiro". "Os Estados Unidos são nosso segundo maior mercado para a exportação de carne bovina e estava fazendo falta", disse, reiterando que a decisão, no entanto, é um "motivo de comemoração comedida". Já a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) viu a medida como "um avanço relevante para o setor", mas demonstrou preocupação com a exclusão da uva — segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA — da lista de exceções. "Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, de uva. Então vai afetar", disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão. O Brasil exporta uva para os EUA a partir de setembro, quando começa a colheita. Segundo a Abrafruta, as vendas da fruta caíram 73% em valor e quase 68% em volume no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2024. A redução das tarifas tem relação com o encontro entre Trump e Lula? O governo brasileiro comemorou a redução das tarifas. Segundo o ministro da Agricultura e da Pecuária, Carlos Fávaro, a medida é "boa notícia" e marca a volta da boa diplomacia entre os dois países. Já Alckmin, reiterou que a última conversa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com Trump foi "importante no sentido da negociação", assim como a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário do comércio norte-americano, Marco Rubio. (Veja mais abaixo como foi o encontro) A Casa Branca, no entanto, não detalhou o motivo da decisão. Em entrevista a jornalistas na última sexta-feira (14), Trump indicou que a redução das taxas veio para corrigir o forte avanço visto nos preços de alguns produtos nos EUA. "Os preços do café estavam um pouco altos. Agora, ficarão mais baixos em um período muito curto", afirmou. Dados do departamento de estatísticas dos EUA, mostram que os preços médios no varejo do café torrado e moído subiram mais de 40% no último ano até setembro, enquanto os da carne moída e das bananas aumentaram 11,5% e 8,6%, respectivamente, acima da inflação geral, de 3%. Na ordem executiva de sexta-feira, Trump não se referiu especificamente a nenhum país, mas destacou que a decisão veio após ter recebido informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram os efeitos da ordem que estabeleceu o tarifaço. "Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca", afirmou. O que acontece agora? Segundo Alckmin, o governo brasileiro continuará trabalhando para reduzir as tarifas impostas por Trump. "Vamos continuar trabalhando", disse. 🔎De acordo com o governo, a redução da tarifa de 10% aumentou o percentual dos produtos brasileiros que não estão sujeitos a tarifas adicionais de 23% para 26%. Com isso, cerca de US$ 10 bilhões das exportações brasileiras para os EUA estão isentas. Trump, por sua vez, descartou novos cortes das taxas à frente. Questionado por repórteres na noite de sexta-feira (14) sobre possíveis novas mudanças, o republicano respondeu: "Não acho que será necessário". O presidente Donald Trump na Casa Branca em 7 de outubro de 2025 REUTERS/Evelyn Hockstein Como estão as negociações entre Brasil e Estados Unidos? Nas últimas semanas, o governo brasileiro tem buscao flexibilizar o tarifaço junto aos representantes do comércio norte-americano. O principal avanço ocorreu no fim de outubro, quando o presidente Lula participou de uma reunião bilateral com Trump na Malásia. O encontro, que durou cerca de 45 minutos, foi o primeiro entre os dois desde uma rápida conversa durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. Veja o que foi discutido. Após a reunião, em um evento com empresários, Lula afirmou estar agradecido e disse que ambos conseguiram “realizar uma reunião que parecia impossível”. Trump, por sua vez, declarou a jornalistas que o encontro não significava que um acordo estava garantido. "Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver", disse o republicano à época. A reunião mais recente aconteceu na última quinta-feira (13), entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira, e o representante comercial dos EUA, Marco Rubio. Segundo Vieira, Rubio demonstrou interesse em avançar rapidamente nas negociações com o Brasil. O chanceler destacou ainda que aguarda uma resposta dos EUA sobre qual será o melhor caminho para as tratativas bilaterais.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/11/15/reducao-da-tarifa-perguntas-e-respostas.ghtml


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