Famílias de Benício Xavier e Pedro Henrique, crianças mortas por suspeita de erro médico, protestam em Manaus

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Luto vira protesto por Benício e Pedro; população cobra justiça por mortes em hospitais Pais e Familiares de Benício Xavier, de 6 anos, e Pedro Henrique, de 1 ano e 7 meses, protestaram neste sábado (13) em frente a um hospital particular de Manaus. As duas crianças morreram em atendimentos médicos distintos, e as famílias denunciam erros durante os procedimentos. Benício morreu após aplicação errada de adrenalina, já Pedro Henrique faleceu em uma cirurgia e a família denuncia dose alta de anestesia. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, após receber adrenalina de forma incorreta. A médica admitiu o erro em um documento enviado à Polícia Civil e em mensagens nas quais pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz. A defesa, no entanto, afirma que a confissão ocorreu “no calor do momento”. Pedro Henrique Falcão morreu no dia 11 de novembro durante uma cirurgia na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. A mãe, Stefany Falcão Lima, afirma que o óbito ocorreu após um erro na dosagem de anestesia. O corpo da criança foi exumado na quinta-feira (11) para novas investigações após pedido da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Os pais de Benício afirmam que a derrubada do habeas corpus da médica Juliana Brasil, investigada no caso trouxe esperança. Eles reforçam, no entanto, que continuam em busca de justiça. "A gente sabe que o delegado, o Marcelo Martins, vem investigando da melhor forma possível. O que aconteceu com o nosso filho foi muito grave. A morte foi muito dolorosa. Então, pra gente, imagine pra ele, né? Que sofreu naquela maca até com uma simples tosse, chegando no hospital e saindo morto no dia 23", disse o pai, Bruno Freitas. Joyce Xavier, mãe de Benício, pede que todos os envolvidos sejam responsabilizados. Em busca de justiça, famílias de crianças mortas por suspeita de erro médico protestam em Manaus Jucelio Paiva, da Rede Amazônica " A gente vai até o final com justiça, a gente não quer vingança, a gente só quer justiça e que todos os envolvidos sejam responsabilizados. É uma sucessão de erros que não pode se repetir.' Familiares e amigos de Pedro Henrique viajaram de Presidente Figueiredo para se unir ao protesto e apoiar a causa. "Eles não estão só nessa luta também queremos justiça. Teve a exumação do corpo do meu filho e deram um prazo de 15 a 30 dias para sair o laudo. É mais uma dor que a gente está sentindo em tirar ele de lá, mas é necessário. Estamos tentando levar a nossa rotina, voltar aos trabalhos, cuidar dos nossos filhos, mas tudo lembra o Pedro. Até medicações para dormir a gente está tomando", disse Mezaque Soares, pai de Pedro Henrique. Em nota, o Hospital Santa Júlia, hospital em que Benício foi internado, afirmou que respeita a manifestação e que tem colaborado com as autoridades desde o início das investigações, fornecendo prontuários e documentos. Caso Pedro Henrique A mãe de Pedro Henrique, Stefany Falcão Lima, relatou que a criança foi levada inicialmente à Unidade Básica de Saúde (UBS) com dores no ouvido. Durante os exames, o pediatra identificou que o bebê tinha fimose. Dias depois, a criança retornou à UBS e foi encaminhada ao hospital, onde passou por avaliação e seguiu para cirurgia. Stefany também afirma que o anestesiologista iniciou a intubação sem ventilação adequada e não pediu ajuda imediatamente. "Ao notar que a saturação e os sinais vitais de meu filho estavam caindo progressivamente, e percebendo a inércia do anestesiologista em buscar ajuda adequada, eu mesma pedi para a enfermeira do centro cirúrgico chamar o pediatra da unidade. O anestesiologista não pediu ajuda de forma proativa", disse. Documentos obtidos com exclusividade pelo g1 apontam que o pediatra chegou à sala e iniciou manobras de reanimação. Durante o atendimento, questionou o anestesiologista sobre as medicações utilizadas, mas não obteve resposta imediata. O profissional também registrou que a sala não estava preparada para atender pacientes pediátricos. Pedro Henrique Facão Divulgação O diretor clínico da unidade, Daniel Mota, confirmou que o anestesiologista começou a atuar no hospital entre 2020 e 2021, após processo seletivo. Segundo ele, o médico pediu exoneração depois do caso. "A nossa função é dar todos os esclarecimentos possíveis. Inclusive a mãe já tem acesso a prontuários, à documentação, a relatórios da equipe que participou do procedimento do paciente. Foi uma decisão dele em pedir exoneração. A gente já tem outro anestesista na unidade. Segundo ele, não tinha mais condições, até mesmo psicológicas, de continuar na unidade e ele mesmo pediu a exoneração", explicou. O corpo de Pedro Henrique Falcão foi exumado na quinta-feira (11) para novas investigações após pedido da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). O delegado Valdinei Silva, do 37º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, destacou que o pedido de exumação foi feito pois não houve a perícia no corpo da criança e o hospital também não informou o óbito de Pedro Henrique para a polícia. Para a advogada da família de Pedro Henrique, Doracy Queiroz de Oliveira Neta, a exumação é importante para colher as provas necessárias para dar agilidade ao inquérito. Caso Benício Xavier Segundo o pai de Benício Xavier, Bruno Freitas, o menino foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. Ele contou que a médica prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa, 3 ml a cada 30 minutos. A família disse ao g1 que chegou a questionar a técnica de enfermagem ao ver a prescrição. De acordo com Bruno, logo após a primeira aplicação, Benício apresentou piora súbita. “Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Nós perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado por via intravenosa. Falou que estava na prescrição e que ela ia fazer”, relatou o pai. Após a reação, a equipe levou a criança para a sala vermelha, onde o quadro se agravou. A oxigenação caiu para cerca de 75%, e uma segunda médica foi acionada para iniciar o monitoramento cardíaco. Pouco depois, foi solicitado um leito de UTI, e Benício foi transferido no início da noite de sábado. Depoimentos revelam que Benício recebeu dose 15 vezes maior de adrenalina e expõem falhas na UTI. Redes sociais Na UTI, segundo o pai, o quadro piorou. A equipe informou que seria necessária a intubação, realizada por volta das 23h. Durante o procedimento, o menino sofreu as primeiras paradas cardíacas. O pai relatou que o sangramento ocorreu porque a criança vomitou durante a intubação. Após as primeiras paradas, o estado de Benício continuou instável, com oscilações rápidas na oxigenação. Minutos depois, Benício apresentou nova piora e não respondeu às manobras de reanimação. Ele morreu às 2h55 do domingo. “Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo. O que a gente quer é que isso nunca mais aconteça. Não desejamos essa dor para ninguém”, disse o pai. Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que uma médica e uma técnica de enfermagem foram afastadas de suas funções e realizou uma investigação interna pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente. A Polícia Civil informou, em nota, que as investigações sobre a morte da criança estão em andamento para apurar as circunstâncias do caso. O órgão acrescentou que, no momento, não pode divulgar mais detalhes para não prejudicar os trabalhos. O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) revogou, na sexta-feira (12), o habeas corpus preventivo concedido à médica Juliana Brasil Santos, investigada na morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, em Manaus. A decisão ocorreu quatro dias após a técnica de enfermagem Raíza Bentes Paiva ter o benefício negado. A análise foi feita após o delegado Marcelo Martins prestar esclarecimentos à Justiça na quarta-feira (10), quando detalhou o andamento das investigações e informou que solicitou perícia no sistema eletrônico do hospital. A técnica de enfermagem Raíza Bentes Paiva, responsável pela aplicação do medicamento, também é investigada. As duas respondem ao inquérito em liberdade. Infográfico - Caso Benício Arte g1

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/13/familias-de-benicio-xavier-e-pedro-henrique-criancas-mortas-por-suspeita-de-erro-medico-protestam-em-manaus.ghtml


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