Frentistas de legging e cropped: veja o que se sabe sobre exigência de posto de combustíveis

  • 18/11/2025
Justiça proíbe posto de combustíveis de exigir uniforme inapropriado para frentistas A Justiça de Pernambuco proibiu um posto de combustíveis no Recife de obrigar frentistas a usar blusa 'cropped' e calça 'legging' como uniforme. A decisão liminar foi tomada após denúncias de pressão sobre funcionárias e possíveis situações de assédio. O caso gerou repercussão nas redes sociais e levantou debates sobre dignidade no ambiente de trabalho. ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp Veja, nesta reportagem, o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a questão: O que motivou a decisão da Justiça? Qual era a exigência feita pelo posto? Posto pode obrigar funcionárias a usar legging e cropped? Como as funcionárias reagiram à exigência? O posto fornecia as roupas? Essa prática ocorreu em outros postos? Houve casos de demissão devido à exigência? O que diz o posto? O que motivou a decisão da Justiça? A ação na Justiça, que foi proposta pelo Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de Pernambuco, chegou a uma decisão no dia 7 de novembro. Segundo a entidade, desde setembro, após uma mudança de gestão, funcionárias eram obrigadas a usar roupas inapropriadas. A denúncia que resultou na decisão judicial foi feita por uma funcionária que procurou o sindicato para reclamar de irregularidades no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Na conversa, ela contou que era obrigada a trabalhar com roupas justas e inapropriadas. O sindicato foi à Justiça contra o posto, que foi proibido de fazer as exigências sob pena de multa diária de R$ 500 por funcionária. A juíza responsável pelo caso entendeu que a exigência de roupas como cropped e legging poderia gerar situações de assédio e constrangimento, além de violar princípios constitucionais relacionados à dignidade da pessoa humana. A decisão impede que o posto continue com essa prática. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Qual era a exigência feita pelo posto? Imagens mostram mulheres trabalhando de legging e cropped em posto de combustíveis do Recife Sinpospetro-PE/Divulgação Segundo as denúncias, frentistas eram obrigadas a trabalhar usando cropped e legging, peças que não fazem parte do uniforme tradicional da categoria. Ex-funcionárias relataram que o posto fornecia as roupas, incluindo calças chamadas de "levanta bumbum", e pressionava para que elas aprendessem “dancinhas de TikTok” para postar nas redes sociais Além disso, segundo uma ex-funcionária entrevistada pelo g1, eram feitas recomendações para atrair mais clientes com o corpo das mulheres, que deveriam ter "corpo de academia". "Escutei uma das meninas falando: 'Olha, faz o seguinte, vai ali para a bomba [de combustíveis] e vira o bumbum para a pista. Porque tu botando o bumbum para pista, chama atenção e vai vir cliente'", disse. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Posto pode obrigar funcionárias a usar legging e cropped? Para a procuradora Melícia Carvalho Mesel, do Ministério Público do Trabalho (MPT), a exigência é ilegal em pelo menos duas frentes, sendo a primeira a segurança das trabalhadoras, já que existem normas específicas para quem trabalha em locais com aumentado risco de incêndio, como são os postos de combustíveis. A outra, considerada por ela "gravíssima" é em relação à dignidade dessas trabalhadoras, ao expô-las a riscos de violência e de assédio. "[...] violência de gênero, porque expõe as trabalhadoras a violências, assédios, à sexualização dos seus corpos", explicou a procuradora. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Como as funcionárias reagiram à exigência? Algumas frentistas afirmaram que se sentiram expostas e constrangidas. Uma delas contou que decidiu sair do posto após sofrer assédio moral para se adequar ao novo "padrão" de uniformes inadequados e postura. Outras, que disseram trabalhar na mesma rede de postos, comentaram nas redes sociais defendendo o uso das roupas, que, segundo elas, traz conforto. Elas disseram, ainda, que seria uma estratégia inteligente botar "apenas as belas de corpo e rosto para trabalhar". ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. O posto fornecia as roupas? De acordo com relatos, o posto entregava blusas e peças de legging como uniforme e orientava as funcionárias a usá-las durante o expediente. Além disso, havia incentivo para que elas customizassem as blusas, criando decotes ou encurtando as peças de roupa. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Essa prática ocorreu em outros postos? O sindicato que representa as trabalhadoras afirmou ter recebido denúncias sobre outros postos: o Posto 07, no bairro da Iputinga, e o Posto São Rafael, na Mustardinha, ambos na Zona Oeste da cidade. Contra este último, segundo a entidade, há uma ação em tramitação na Justiça. Uma conta no Instagram atribuída ao Posto 07 se apresenta como “Posto das Meninas”. Numa das postagens, há um vídeo que mostra uma mulher falando da qualidade do combustível e do atendimento e é possível ver uma frentista usando legging preta e uma camisa de tecido leve. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. Houve casos de demissão devido à exigência? O sindicato da categoria informou que uma frentista pediu para sair do emprego após sofrer pressão para trabalhar com legging e cropped. Ela alegou que não se sentia confortável com a imposição. Foi a denúncia dela que ensejou a decisão que proíbe a exigência de cropped e legging pelo posto. Uma ex-funcionária, por sua vez, contou que, após a mudança de gestão no posto, a equipe antiga foi demitida e substituída por funcionárias que já seguiam o modelo de vestimenta atualizado. ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. O que diz o posto? Na quinta-feira (13), por meio de advogado, a FFP Comércio de Combustíveis LDTA divulgou uma nota em que disse que as fotos apresentadas pelo sindicato "não dizem respeito a funcionárias da empresa, tratando-se de imagens de pessoas completamente estranhas ao quadro de empregados do posto". Já na sexta-feira (14), por meio de nota, o Posto Power disse que "o episódio citado ocorreu sob a gestão anterior, antes da recente reestruturação administrativa" e que a nova gestão, assim que tomou conhecimento do caso, substituiu o uso de leggings por calças jeans, "medida já implementada e integralmente observada". "Desde a transição [de gestão], todas as políticas internas foram revisadas e aperfeiçoadas, com especial atenção aos princípios da dignidade da pessoa humana, segurança, respeito e valorização de todos os membros da equipe", informa a nota. O documento também destaca que, por parte da atual administração, não houve "qualquer determinação, orientação ou incentivo que pudesse ser interpretado como tentativa de sexualização, exposição indevida ou imposição de vestimenta inadequada às colaboradoras". Já a distribuidora Petrobahia, bandeira dos postos Power, 07 e São Rafael, enviou uma nota de esclarecimento informando que: a imagem usada na denúncia "trata-se de um registro antigo e não reflete as práticas atuais da empresa nem de seus parceiros"; desde outubro o Posto Power está sob gestão de novos administradores; "cumpre rigorosamente todas as normas e exigências de segurança e saúde no trabalho, mantendo um padrão de fardamento adequado e incentivando seu uso em todas as unidades da rede, inclusive naquelas que não operam sob a bandeira Petrobahia". ⬆️ Voltar ao início desta reportagem. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/11/18/frentistas-de-legging-e-cropped-veja-o-que-se-sabe-sobre-exigencia-de-posto-de-combustiveis.ghtml


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