Jovem morta por stalker de amiga no Paraná recebe diploma póstumo de universidade em que estudava
06/12/2025
(Foto: Reprodução) Jovem esfaqueada por stalker e que teve amigos mortos fala pela primeira vez sobre ataque
Os pais de Júlia Beatriz Garbossi Silva receberam o diploma póstumo da filha pela Universidade Estadual de Londrina, no norte do Paraná. A jovem foi morta aos 23 anos por um homem considerado pelo Ministério Público (MP-PR) como um stalker - termo em inglês para perseguidor - da amiga dela. Relembre o caso clicando aqui.
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O Conselho Universitário da UEL realizou a homenagem nesta sexta-feira (5). Segundo a universidade, esta foi uma forma de honrar a memória da vítima, que estava no 5º semestre de Ciências Sociais.
A solicitação que resultou nesta cerimônia inédita foi feita pelo Observatório de Feminicídios de Londrina (Néias) e pelo Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM).
Diploma de Julia entregue aos pais.
Marco Antonio Barros (TV UEL)
O certificado foi entregue pela reitora Marta Favaro aos pais da vítima, Cleverton e Angelita.
Também foram homenageadas Andreia de Jesus Cabra, 21 anos, Rúbia Graziele de Almeida, 19 anos, assassinadas em 2004; Tathiana Name Colado Simões, de 35 anos, morta em 2012; Lua Padovani, desaparecida e encontrada morta em 2017; Sandra Mara Curti, 43 anos, assassinada pelo ex-companheiro em 2020.
Da esquerda para a direita, Silvana Mariano, Marta Favaro, Angelita (mãe), Cleverton (pai), Martha Ramirez-Gálvez, Carla Pagnossin e Júlia.
André Ridão (O Perobal)/Redes sociais
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Relembre o caso
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Júlia foi assassinada a facadas perto das 6h15 do dia 3 de setembro de 2023, em uma casa no Jardim Jamaica, bairro da região oeste de Londrina. No local, estavam uma amiga da vítima e o namorado dela, Daniel Takashi, 22 anos, que também foi morto.
Aaron Delesse Dantas, de 26 anos, foi preso. Segundo a polícia, ele invadiu a residência e atacou a estudante.
À época do crime, a sobrevivente do ataque contou ao delegado João Reis que conhecia Aaron porque os dois trabalharam juntos e que era perseguida por ele nas redes sociais. Além disso, ela explicou que nunca teve relacionamento amoroso com o homem.
"Eles tinham relação de amizade, porém, de uns tempos pra cá, esse indivíduo estava interessado nela em uma questão amorosa, mas ela deixou claro pra ele que não tinha interesse, só amizade", o delegado João Reis contou durante a investigação.
Segundo o depoimento da jovem, os três dormiam na mesma casa quando ela acordou com o suspeito em cima dela. Conforme o delegado, ela contou que pensou, inicialmente, que estava com paralisia do sono.
Ao perceber que tratava-se de um ataque e que estava ferida, gritou por ajuda. Júlia, ouvindo o pedido de socorro, correu até o quarto e foi esfaqueada. Ela morreu no local.
Daniel também foi esfaqueado e morreu antes da chegada do socorro.
A sobrevivente foi algemada por Aaron e convenceu ele de que precisava de atendimento médico, por estar machucada. Dizendo que não contaria sobre os assassinatos, ela conseguiu que ele a levasse até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sabará.
No local, ela contou a história verdadeira aos médicos e a Polícia Militar foi acionada.
Aaron foi preso em flagrante e teve uma faca e um canivete apreendidos pelos policiais militares.
O Ministério Público (MP-PR) denunciou o homem por duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio, tortura e stalking. O julgamento ainda não ocorreu e ele permanece preso no Complexo Médico Penal de Curitiba.
O g1 tenta identificar a defesa de Aaron.
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