Jovens são os que mais se internam por saúde mental e os que menos procuram ajuda, aponta Fiocruz

  • 09/12/2025
(Foto: Reprodução)
Jovens são os que mais se internam por saúde mental e os que menos procuram ajuda, aponta Fiocruz Adobe Stock A população jovem é a que mais sofre internações relacionadas a problemas de saúde mental no Brasil, mas também é a que menos busca atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS). A conclusão é do Informe II: Saúde Mental, segunda publicação do Ciclo de Informes sobre a situação da juventude brasileira, produzido por pesquisadores da Fiocruz. O estudo analisou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2022 e 2024 e traçou o perfil de internações, óbitos e atendimentos na APS de jovens de 15 a 29 anos. Informações do Censo 2022, do IBGE, também foram usadas para calcular taxas de mortalidade e internação. Menos busca por atendimento, mais internações Entre 2022 e 2024, apenas 11,3% dos atendimentos de jovens na APS estavam relacionados à saúde mental. Na população geral, o índice é mais que o dobro: 24,3%. Apesar disso, a juventude lidera as internações: 579,5 casos por 100 mil habitantes. Entre os subgrupos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos, as taxas sobem para 624,8 e 719,7, respectivamente — todas superiores às registradas entre adultos com mais de 30 anos (599,4). “Os jovens são aqueles que mais sofrem com saúde mental, violências e acidentes de trabalho, mas são também os que menos procuram e encontram cuidados”, afirma André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz (AJF). “Muitas vezes a sociedade age como se eles tivessem que aguentar qualquer coisa exatamente por serem jovens”. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Homens jovens lideram internações; abuso de drogas é principal causa Homens de 15 a 29 anos representam 61,3% das internações por motivos de saúde mental. A taxa deles é de 708,4 internações por 100 mil habitantes — 57% maior que a das mulheres, que é de 450. O principal motivo é o abuso de substâncias psicoativas, responsável por 38,4% das internações masculinas. Em 68,7% desses casos, há uso de múltiplas drogas. Depois aparecem cocaína (13,2%) e álcool (11,5%). Na juventude como um todo, o abuso de drogas (31%) e os transtornos esquizofrênicos (32%) têm pesos semelhantes nas internações. Em seguida, aparecem os transtornos de humor, 23%. Segundo a pesquisadora Luciane Ferrareto, da EPSJV/Fiocruz, fatores sociais e culturais ajudam a explicar o cenário entre os homens. Para ela, a falta de oportunidades e a instabilidade econômica aumentam o risco de uso de drogas como forma de escape. Além disso, a pressão por um ideal de masculinidade que valoriza força e autossuficiência dificulta que muitos busquem ajuda emocional, segundo Ferrareto. Juventude indígena tem maior taxa de suicídios do país O estudo também mostra que jovens são o grupo com maior risco de suicídio no Brasil: 31,2 mortes por 100 mil habitantes, acima da taxa geral de 24,7. Entre homens jovens, o risco sobe para 36,8. Mas é entre a juventude indígena que o problema se torna mais grave. O relatório aponta que “o suicídio é um problema de saúde sobretudo entre a juventude indígena”. A taxa chega a 62,7 mortes por 100 mil habitantes — a maior do país. Entre homens indígenas de 20 a 24 anos, o índice atinge 107,9 suicídios por 100 mil habitantes. As mulheres indígenas jovens também apresentam taxas mais altas que as demais, especialmente as de 15 a 19 anos (46,2). Região Sul concentra as maiores taxas Os estados com maiores taxas de internações por transtornos mentais são: Rio Grande do Sul: 1.615,6 por 100 mil Paraná: 1.170,5 Santa Catarina: 963,3 Também estão acima da média nacional os estados do Acre, Ceará, Paraíba, Alagoas, São Paulo, Distrito Federal e Goiás. Na Atenção Primária à Saúde (APS), apenas 11,3% dos atendimentos de jovens são por saúde mental (menos da metade da população geral). Cerca de 50% das consultas são por demanda espontânea. E mulheres jovens procuram mais a APS, mas quando homens jovens procuram, é mais provável que seja por razão mental (26,1%). Brancos são os mais internados O estudo apontou ainda que: Jovens brancos foram mais internados (615 por 100 mil). Pardos representam 43% das internações. Menos da metade dos jovens com diagnóstico mental faz acompanhamento regular. Entre 20 e 25 anos, esse acompanhamento é o mais baixo: 33,9%. Jovens enfrentam barreiras no acesso ao SUS: burocracia, desconhecimento e dificuldades de acolhimento.

FONTE: https://g1.globo.com/saude/saude-mental/noticia/2025/12/09/jovens-sofrem-mais-internacoes-e-procuram-menos-ajuda-em-saude-mental-aponta-fiocruz.ghtml


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