Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado diz que transição de poder já começou: 'Medo dentro do regime é palpável'

  • 19/11/2025
(Foto: Reprodução)
Foto de arquivo: Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, discursa para apoiadores em protesto contra posse de Maduro para um terceiro mandato, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025. Reuters/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo María Corina Machado, a líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela e última ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, afirmou que a transição de poder já se iniciou no país e que o "medo dentro do regime é palpável" em artigo para a revista "The Economist". ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp De porta-aviões a John Lennon: os pontos-chave da atual fase da crise entre EUA e Venezuela A venezuelana, que vem declarando seu apoio a uma ação militar dos Estados Unidos no país para derrubar Maduro, reafirmou as acusações americanas contra o adversário, sobre sua suposta ligação com cartéis do narcotráfico e elogiou a pressão feita através do deslocamento de tropas, além das sanções financeiras: "Hoje, a Venezuela está mais próxima de uma transição política do que em qualquer outro momento nos últimos 25 anos. (...) Agora, finalmente, a comunidade internacional reconheceu a natureza criminosa deste regime e está agindo de acordo. (...) Pela primeira vez, essa pressão está fragilizando o sistema por dentro: seus operadores não confiam mais uns nos outros; as facções se culpam mutuamente pelas perdas; e o medo dentro do regime é palpável. A ameaça que antes projetavam para o exterior agora os consome". Trump fala em diálogo com a Venezuela, mas não descarta uma invasão María Corina Machado ganhou enorme projeção internacional quando, nas últimas eleições presidenciais venezuelanas, em 2024, quando denunciou uma suposta fraude na apuração das urnas. Segundo ela, que convocou a população às ruas para manifestações e buscou apoio em órgãos internacionais, Edmundo González, candidato escolhido pela oposição depois que ela foi impedida de concorrer pelo governo, recebeu 67% dos votos e seria o legítimo novo presidente da Venezuela. Vários países declararam apoio à dupla, mas Maduro acabou tomando posse e se mantendo no poder. No artigo, María Corina projeta que a transição democrática na Venezuela pode render quase US$ 2 trilhões ao país nos próximos anos: "Com as maiores reservas de petróleo do mundo, vastos campos de gás, minerais essenciais, enorme potencial agrícola e uma diáspora global pronta para retornar, a Venezuela detém uma das oportunidades de recuperação mais significativas deste século. Nossa equipe estima que uma transição democrática poderia desbloquear uma oportunidade de negócios de US$ 1,7 trilhão ao longo de 15 anos". Pontos-chave da atual fase da crise entre EUA e Venezuela Maduro canta 'Imagine' e pede paz aos EUA em meio à escalada militar no Caribe Os presidentes Nicolás Maduro e Donald Trump passaram a sinalizar a possibilidade de diálogo, mesmo em meio à tensão crescente entre Estados Unidos e Venezuela. A mudança de tom ocorre logo após os norte-americanos enviarem ao Caribe o maior porta-aviões do mundo. ▶️ Contexto: Desde agosto, os Estados Unidos têm mobilizado um forte aparato militar no Caribe, em uma operação que a Casa Branca diz ser voltada ao combate ao tráfico internacional de drogas. A movimentação começou pouco depois de os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Ele é acusado pelo governo americano de chefiar o Cartel de los Soles, grupo recentemente classificado como organização terrorista internacional. Autoridades da Casa Branca disseram à imprensa americana acreditar que o objetivo final da operação seria retirar Maduro do poder. 🕊️ Os acenos para uma aproximação acontecem ao mesmo tempo em que Maduro tenta reforçar uma imagem de calma. O presidente venezuelano tem arriscado frases em inglês e chegou a cantar “Imagine”, de John Lennon, em aparições públicas. Enquanto Maduro afirma que a movimentação militar no Caribe tem como objetivo derrubá-lo do poder e tomar as reservas de petróleo da Venezuela, os Estados Unidos garantem que a operação busca combater o tráfico de drogas. A atual operação dos EUA no Caribe conta com o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, e inclui outros navios de guerra, caças e milhares de militares. Os EUA já confirmaram o ataque contra mais de 20 lanchas que, segundo a Casa Branca, operavam rotas de tráfico vindas da Venezuela e da Colômbia. Veja a seguir três pontos da atual crise entre os dois países. 1. Pressão x 'Imagine' Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. AFP/Jim Watson O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que o governo americano planeja classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista. Na prática, a medida abriria caminho para ações militares contra Maduro, que é considerado pelos EUA como o líder do grupo. No início deste mês, Trump chegou a afirmar que os dias de Maduro no poder estão contados. Enquanto isso, Maduro alterna discursos sobre soberania com apelos pela paz, em inglês e espanhol. Em um comício no domingo, ele cantou “Imagine”, disse que a música de John Lenon é um “hino” e pediu “peace” (paz, em inglês). No dia seguinte, o presidente venezuelano voltou a tocar “Imagine” e “Give Peace a Chance” em seu programa de TV. No mês passado, ele já havia pedido para que não houvesse “crazy war” na Venezuela — ou uma “guerra maluca”. A tensão diminuiu nesta semana após Trump dizer que considera dialogar com Maduro, embora tenha reafirmado que não descarta uma operação militar na Venezuela. “Em algum momento, vou falar com ele”, disse Trump na segunda-feira. No mesmo dia, Maduro respondeu que está pronto para um encontro “cara a cara” com o presidente americano. LEIA TAMBÉM Tropas insuficientes, floresta densa e terreno acidentado: por que invadir a Venezuela por terra pode ser inviável para os EUA agora Justiça da Argentina ordena apreensão de propriedades ligadas à Cristina Kirchner Cinco turistas morrem durante forte nevasca em parque da Patagônia chilena 2. Estratégia conhecida O presidente dos EUA, Donald Trump, em imagem de 30 de setembro de 2025 Ken Cedeno/Reuters Para o analista político Mariano de Alba, o movimento anunciado por Rubio no domingo funciona como “pressão adicional para tentar convencer o regime de Maduro a abandonar o poder”. Já Francisco González, especialista em integração regional, avalia que Trump repete a estratégia usada na crise com a Coreia do Norte em 2017. Ele aponta um padrão: elevar o tom até o limite e, depois, tentar construir a negociação a partir desse limite. Segundo González, há divisões internas no governo americano entre um grupo mais pragmático e outro mais confrontador — onde está Rubio. Um general venezuelano reformado disse à AFP, sob anonimato, que o diálogo serviria apenas para definir os termos da saída de Maduro. "Se ele vai deixar o governo e se colocar à disposição das autoridades, ou se vai sair da Venezuela para solicitar asilo em outro país", declara. Outros analistas acreditam que Trump pode aceitar concessões no setor de petróleo em troca de manter Maduro no cargo. 3. Esperar para ver Nicolás Maduro discursa durante manifestação na Venezuela Stringer/AFP De Alba avalia que Maduro só consideraria deixar o poder se parte do próprio governo o reconhecer que não há outra alternativa. Ele diz que, em caso de negociação aberta, o líder venezuelano não colocará sua saída na mesa. Segundo ele, a tendência seria discutir “uma transição interna no chavismo ou a possibilidade de um novo processo eleitoral”. Enquanto isso, Maduro mantém exercícios militares e novos alistamentos com forte conteúdo ideológico. Mesmo reconhecendo não ter capacidade militar para enfrentar os EUA, o presidente venezuelano pode apostar em esperar para ver. “Ver até onde pode chegar a administração Trump, até onde se atreve”, diz um analista ouvido pela AFP sob condição de anonimato. “Se os bombardeios seriam contra instituições do Estado ou apenas contra uma pista clandestina.” VÍDEOS: em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/11/19/oposicao-venezuela-maria-corina-machado-transicao-poder-ja-comecou-medo-dentro-do-regime-e-palpavel.ghtml


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