Marcha das Mulheres Negras reforça pedido por políticas públicas e combate à violência no AC
25/11/2025
(Foto: Reprodução) Marcha das Mulheres Negras no AC reforça pedido por políticas públicas
A Marcha das Mulheres Negras ocorre na manhã desta terça-feira (25), em Rio Branco, como parte de uma mobilização nacional. No Acre, o grupo iniciou as atividades na Assembleia Legislativa do estadi (Aleac), onde ocupou o Salão do Povo Marina Silva e entregou uma carta de reivindicações com pedidos por políticas públicas, enfrentamento às violências e garantia de direitos.
A ação tem apoio do Movimento Negro Unificado (MNU). Ao g1, a coordenadora estadual, Valéria Santana, destacou que a marcha é um espaço de fortalecimento político e de continuidade das denúncias feitas pelo movimento.
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A coordenadora relembrou ainda que a primeira edição nacional, ocorrida em 2015, foi idealizada pela professora paraense Numa Bentes e levou mais de 100 mil mulheres a Brasília.
“A gente entra em sintonia com essa trajetória e reafirma aquilo que já vem sendo denunciado. Falamos de bem viver, de qualidade de vida e de serviços públicos funcionando, porque a maioria de nós depende deles”, afirmou.
Ainda segundo Valéria, a marcha tem um papel importante na reivindicação por reparação histórica e por igualdade de oportunidades. “Hoje é dia de gritar novamente que nossas vidas importam”, afirmou.
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Além disso, a carta apresentada na Aleac reúne uma série de solicitações, com foco na implementação de políticas de combate ao racismo, ao machismo e à violência contra mulheres negras.
Entre os pontos destacados estão:
implementação do Marco Regulatório de Raça, Gênero e Direitos Humanos;
divulgação ampliada dos direitos das mulheres e campanhas contínuas contra violências, racismo e capacitismo;
criação de espaços públicos de orientação sobre a Lei Maria da Penha e seus tipos de violência;
execução integrada da lei, com delegacias 24 horas em todos os municípios e equipes especializadas;
atendimento ginecológico e psicológico acessível em todas as cidades;
ampliação do efetivo policial e fortalecimento da Patrulha Maria da Penha;
políticas de renda, moradia e oportunidades para mulheres negras;
alfabetização e documentação de mulheres em situação de vulnerabilidade;
implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra;
cumprimento das leis que tratam da educação para relações étnico-raciais;
criação de casas-abrigo e grupos reflexivos para agressores;
busca ativa de mulheres sem documentação e fortalecimento da rede de proteção.
Segundo o movimento, a carta também será entregue à Prefeitura de Rio Branco, à Casa Civil, ao Ministério Público do Acre (MP-AC), à Câmara de Vereadores e à Defensoria Pública Estadual.
A Associação de Mulheres Negras do Acre, responsável pela articulação local, também conduz atividades paralelas em outros municípios para ampliar a mobilização.
Marcha das Mulheres Negras em Rio Branco nesta terça-feira (25) reforça pedido por políticas públicas e combate à violência
Cedida
Ainda de acordo com a coordenadora, as mulheres que estão à frente da marcha no estado têm incidência direta junto aos órgãos públicos e atuam há anos no acompanhamento das demandas apresentadas.
“Nós estamos em todos os espaços da sociedade e contribuímos para a construção desse estado. Por isso, nossa voz precisa ser ouvida”, completou Valéria.
Com a marcha, o movimento busca reforçar a necessidade de reparação histórica, justiça racial e garantia de políticas permanentes que assegurem dignidade, segurança e condições de bem viver às mulheres negras acreanas.
VÍDEOS: g1