Memorial dedicado a matriarcas de religiões de matriz africana é inaugurado em Salvador
27/11/2025
(Foto: Reprodução) Inaugurado em Salvador o Memorial das Matriarcas
Um memorial dedicado às principais matriarcas de religiões de matriz africana foi inaugurado, nesta quinta-feira (27), no bairro do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.
O imóvel onde foi instalada a homenagem foi a casa onde nasceu Maria Stella de Azevedo Santos, a Mãe Stella de Oxóssi, uma das mais importantes ialorixás do Brasil. A celebração reuniu autoridades e representantes de religiões de matriz africana.
O projeto expográfico foi concebido para receber adaptações a cada nova homenagem. A primeira sacerdotisa homenageada é a antiga moradora do imóvel, celebrando o ano de seu centenário.
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A curadoria do espaço para a abertura é da ialorixá do Terreiro Ile Axé Opô Afonja, Mãe Ana de Xangô, e de Ebgome Deusimar.
“O memorial é um gesto de reparação e de reconhecimento. Ele coloca no centro da narrativa mulheres que, durante muito tempo, foram silenciadas ou invisibilizadas, apesar de serem o alicerce das comunidades e guardiãs de saberes ancestrais. Aqui, elas deixam de ser apenas figuras de devoção para se tornarem, como merecem, personagens históricas, intelectuais e lideranças políticas”, disse Mãe Ana de Xangô, durante o evento.
Memorial dedicado a matriarcas de religiões de matriz africana é inaugurado em Salvador
Reprodução/TV Bahia
O Memorial reúne quatro espaços expositivos internos. Um deles abriga um terminal de vídeo com entrevistas de Mãe Stella. Em outro, o público pode viver uma experiência imersiva participando de um xirê digital criado pelo VJ Gabiru.
Na área externa, um canteiro com folhas sagradas trazidas do Ilê Axé Opô Afonjá e um mural da artista Nila Carneiro homenageiam a ialorixá.
Logo na entrada, na sala à esquerda, o público encontra um conjunto de fotografias emblemáticas dela. À direita, uma linha do tempo apresenta a trajetória de Mãe Stella, iniciada no candomblé aos 14 anos por Mãe Senhora, no Ilê Axé Opô Afonjá.
“Este memorial é um gesto de reverência às matriarcas do candomblé, que com sua coragem e sabedoria reafirmaram a força e ancestralidade do nosso povo, enfrentando preconceitos e intolerâncias”, afirmou Marcelo Lemos, diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
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