MP investiga Caprichoso e Garantido após Amazon Best não justificar aumento dos ingressos de Parintins 2026
20/11/2025
(Foto: Reprodução) MP diz que Amazon Best não explicou aumento dos ingressos de Parintins e pede investigação contra bois.
Aguilar Abecassis
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) afirmou à Justiça que a Amazon Best não cumpriu a decisão que determinava detalhar o aumento nos preços dos ingressos do Festival Folclórico de Parintins. Por isso, o órgão solicitou a abertura de investigação contra os bois Caprichoso e Garantido por possível participação na política de preços adotada pela empresa. O pedido foi apresentado na terça-feira (18).
A ação tramita desde o início do mês, quando o MP solicitou a suspensão da venda dos ingressos. Segundo o órgão, o passaporte para as três noites pode chegar a R$ 4,8 mil e, em alguns setores, os reajustes superam 200% em relação aos valores de 2025. A venda foi suspensa.
A Rede Amazônica entrou em contato com os bois Caprichoso e Garantido e aguarda resposta.
Na nova manifestação, a promotora Sheyla dos Santos, responsável pela ação, destacou que a Amazon Best não apresentou os critérios econômicos e financeiros que justificariam os aumentos.
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"Em sua manifestação, a Requerida limita-se a afirmar ter suspendido a venda de ingressos, medida que, embora relevante, constitui mera parcela do comando judicial liminar. O cerne da decisão – a apresentação, no prazo de cinco dias, de justificativas e do detalhamento dos critérios econômicos e financeiros (planilhas de custos, laudos, comparativos de investimentos etc.), que fundamentaram os reajustes – foi integralmente descumprido."
Segundo o MP, a empresa alegou que os preços foram definidos em conjunto com as associações dos bois, mas não apresentou documentos que comprovassem a razoabilidade dos reajustes.
"A mera alegação genérica de que os preços foram aprovados conjuntamente com as associações de bois-bumbás, sem a juntada de documentos contábeis, planilhas de custos ou demonstrações financeiras que comprovem a razoabilidade dos reajustes, mantém intacta a ilegalidade e a abusividade da conduta, confirmando o periculum in mora e a urgência que justificaram a tutela concedida", explicou.
Nos autos, a própria Amazon Best anexou um Termo Conjunto de Definição e Aprovação de Política de Preços da Bilheteria, assinado com Caprichoso e Garantido, levando o MP a pedir investigação contra ambos.
"Tal documento demonstra, de forma cristalina, que essas entidades foram indicadas pela Amazon Best como corresponsáveis pela definição da política de preços tida como abusiva, participando ativamente da estrutura que resultou nos reajustes exorbitantes".
O MP ressaltou que a imposição de preços abusivos causa não apenas dano material, mas também grave ofensa aos valores de confiança e equidade na relação de consumo, afetando a coletividade. Isso justificaria reparação por danos morais coletivos e caracteriza infração à ordem econômica, conforme os artigos 31 e 36 da Lei nº 12.529/11.
Em nota, a Amazon Best afirmou que ainda não foi formalmente intimada da manifestação do MP no processo.
"Somente após o recebimento de intimação oficial válida, a empresa terá acesso integral ao teor da manifestação e, então, apresentará seus argumentos técnicos nos autos, de forma transparente e dentro do devido processo legal", declarou.
