Pedagogia hospitalar: quem são os professores que levam ensino e esperança a crianças internadas

  • 14/11/2025
Pedagogia hospitalar: área leva ensino e esperança a crianças internadas Entre livros, brinquedos e equipamentos médicos, professores ajudam crianças e adolescentes internados a seguir aprendendo. A pedagogia hospitalar garante o direito à educação de alunos afastados da escola por questões de saúde e transforma o hospital em sala de aula. Essa especialidade, presente em unidades como o Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), ajuda pacientes a manterem o vínculo com a escola, mesmo em meio a tratamentos longos e delicados. Eles atuam da alfabetização até a preparação para o vestibular. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp A tarefa envolve acolhimento e esperança, mas também exige muita sensibilidade de que escolhe o ambiente médico como local de ensinar, como explica a coordenadora de graduação em pedagogia, Lucelaine Zampolin. "Eu falo que o pedagogo hospitalar precisa estar muito fortalecido emocionalmente para dar suporte ao aluno. Até porque, se nós pensarmos em crianças em situação de cuidados paliativos, hoje o pedagogo entra e encontra a criança no leito e amanhã pode ser que ele não encontre", fala. Nesta sexta-feira (14), Dia Nacional da Alfabetização, o g1 mostra como o direito à educação vai além das salas de aula. A seguir, entenda o que é a pedagogia hospitalar, qual a sua importância e veja os relatos de quem escolheu a especialização. Hospital de Campinas oferece educação a pacientes oncológicos Estevão Mamédio/g1 O que é pedagogia hospitalar? Lucelaine, coordenadora de pedagogia no Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), diz que pedagogia hospitalar é todo o atendimento que se dá a uma criança em idade escolar que está impossibilitada temporariamente de frequentar uma sala de aula comum devido a algum impedimento de saúde. Embora o nome remeta ao hospital, o método pode acontecer também na casa da criança. O paciente pode ser atendido tanto pelo pedagogo do hospital quanto por um designado pelo sistema de ensino, público ou privado, onde a criança está matriculada e afastada há mais de 30 dias. "É sempre com autorização médica e a pedido da família. O professor se apropria do currículo que essa criança estaria aprendendo em uma sala regular e faz as adaptações necessárias para a condição dela naquele momento, tanto fisiológicas quanto emocionais", diz. Qual o objetivo da pedagogia hospitalar e por que ela é importante? No Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), a pedagoga Cibele Bitencourt lidera, há 10 anos, o trabalho na classe hospitalar que atende crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Ela conta que, além de contribuir com o tratamento, essa área dá esperança e mostra aos pacientes que a estadia no hospital é apenas "um momento". Na unidade, os atendimentos são feitos na sala ou nos leitos, variando de acordo com a necessidade do aluno. Mesmo os que já terminaram o tratamento, mas continuam em acompanhamento, têm acesso ao serviço. “A gente vê o tanto que as crianças se esforçam. Às vezes estão em condições de saúde debilitadas e vemos o tanto que lutam e que querem continuar o estudo. Então, pra mim, isso é muito especial e gratificante. Quando a gente vê o resultado lá na frente, isso não tem preço, é maravilhoso”, diz Cibele emocionada. Além de acompanhar os estudantes no processo educacional, contribuindo com etapas essenciais, como a alfabetização, a equipe pedagógica do Boldrini mantém contato com a escola de origem do paciente e com a família. O objetivo é garantir que o aluno continue inserido no mesmo currículo, evitando atrasos ou evasão escolar. “Quando o paciente voltar [para a escola], ele estará inserido naquele contexto, no que todos os amigos viram”, diz Cibele. Ela explica também que, quando necessário, os profissionais elaboram os conteúdos no próprio local. Quero ser pedagogo hospitalar, por onde começar? Zampolin explica que, embora existam profissionais formados e especializados em outras áreas, como a psicopedagogia, atuando no desenvolvimento de habilidades das crianças, apenas um pedagogo pode realizar o trâmite legal entre o paciente e a instituição regular de ensino à qual ele está vinculado. Dessa forma, para que o período de afastamento do aluno por uma condição hospitalar seja considerado uma etapa escolar e que a frequência dele seja considerada, toda a documentação da criança referente ao ensinos deve ser preenchida por um profissional da educação habilitado com graduação em pedagogia. 👩🏻‍🏫 Isso significa que, para atuar nesta área, o interessado deve ser formalmente graduado em pedagogia e fazer uma especialização, como uma pós-graduação, em pedagogia hospitalar. Além da alfabetização: vestibular dentro do hospital Apesar de "pedagogia" remeter à educação infantil, a modalidade hospitalar pode acompanhar o estudante em diferentes etapas da vida escolar, inclusive, na preparação para os vestibulares. Cibele orienta jovens em preparação para o Enem e explica que o Boldrini é um polo de aplicação da prova – tendo uma estrutura rigorosa com segurança e horários. A pedagoga explica ainda que, quando algum paciente fica doente depois de se inscrever em um processo seletivo como esse, a equipe pedagógica entra em contato com os órgãos responsáveis pela aplicação e pede a transferência para o hospital, onde poderá realizar a prova sob os critérios necessários. “Teve um aluno que fez o ensino médio completo aqui, passou no vestibular e hoje está terminando medicina. A gente fica feliz e vê realmente a importância da classe hospitalar”, diz. Histórias que marcam A pedagogia hospitalar é essencial para os estudantes, mas muito especial para os pedagogos. Cibele lembra o caso de uma jovem que retornou ao hospital para vê-la. “Ela falou: 'Tia, eu vim aqui para te agradecer. Se não fosse essa sala de apoio pedagógico, hoje eu não estaria trabalhando'”, relembra. A pedagoga, que já soma 25 anos de carreira na educação, afirma que sempre teve interesse pela área. Ela nasceu na cidade de São Paulo e já foi coordenadora de escola, mas, em Campinas, se realizou na educação especial. Lucelaine, por outro lado, com 26 anos na área educacional, se aproximou da pedagogia hospitalar com o caso de um aluno da escola em que era gestora. O menino teve um acidente vascular cerebral (AVC) e precisou ficar acamado, e ela o acompanhou neste processo de adoecimento e recuperação. Kayllane de Jesus, em aula com a professora Cibele Bitencourt, em hospital de Campinas Estevão Mamédio/g1 *Estagiária sob supervisão de Yasmin Castro. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/11/14/pedagogia-hospitalar-quem-sao-os-professores-que-levam-ensino-e-esperanca-a-criancas-internadas.ghtml


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