Pesquisa da UFRN mostra que bromélias são fundamentais para a vida, a cultura e a resiliência ecológica da Caatinga

  • 13/11/2025
Macambira-vermelha (Bromelia arenaria) Jaqueiuto Jorge As macambiras, bromélias nativas da Caatinga, vão muito além de plantas resistentes à seca. Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) revela que espécies como a macambira-verde (Bromelia laciniosa), macambira-vermelha (Bromelia arenaria) e a macambira-de-flecha (Encholirium spectabile) são fundamentais tanto para o equilíbrio ecológico quanto para a cultura sertaneja. Segundo o estudo, as macambiras fornecem alimento, remédio, abrigo para animais e inspiração para manifestações artísticas, sendo consideradas “espécies-chave culturais”, ou seja, organismos cuja importância ultrapassa o campo ecológico e alcança dimensões simbólicas, sociais e espirituais. “Mesmo em meio à perda de vegetação e à erosão do conhecimento tradicional, as macambiras permanecem fortemente presentes na vida de comunidades rurais e na memória simbólica do sertão”, explica Jaqueiuto Jorge, pesquisador de pós-doutorado do PPGECO-UFRN. Macambira-verde (Bromelia laciniosa) Jaqueiuto Jorge A pesquisa combinou duas abordagens complementares: uma revisão bibliográfica abrangente e um estudo de campo com entrevistas em comunidades rurais. Na primeira etapa, os autores analisaram 167 publicações científicas, livros e teses, das quais 40 atenderam aos critérios de inclusão, abrangendo registros de usos alimentares, medicinais, ecológicos e culturais de Bromelia e Encholirium entre 1860 e 2024. Essa análise permitiu mapear o papel histórico e contemporâneo das macambiras na Caatinga e identificar os serviços ecossistêmicos associados às espécies. Macambira-de-flecha (Encholirium spectabile) Jaqueiuto Jorge Na segunda etapa, os pesquisadores realizaram entrevistas com 50 moradores de três comunidades do município de Santa Maria (RN), Caiçara, São Luís e Manjericão. Os participantes, todos agricultores com mais de dez anos de vivência local, responderam sobre usos, percepções e práticas relacionadas às macambiras. As respostas foram analisadas qualitativamente e com modelos estatísticos para avaliar padrões de uso conforme idade e gênero. Os resultados mostraram que 96% dos entrevistados conhecem e utilizam as macambiras de alguma forma. O artesanato foi citado por 48% dos participantes, seguido da alimentação, com 31%, e do uso medicinal, com 21%. Macambiras sendo preparadas para o consumo dos animais Jaqueiuto Jorge A pesquisa não encontrou diferenças significativas entre homens e mulheres ou entre faixas etárias, o que indica que o conhecimento sobre essas plantas ainda é amplamente compartilhado nas comunidades. “Além dos usos diretos, as macambiras também exercem funções ecológicas essenciais. Elas ajudam a controlar a erosão, regulam o microclima e oferecem abrigos a polinizadores, répteis e anfíbios”, elucida Jaqueiuto. Para os pesquisadores, as macambiras funcionam como “pontes” entre biodiversidade e cultura, perder plantas significaria não apenas um dano ambiental, mas também a erosão da memória, dos costumes e da identidade do povo sertanejo. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2025/11/13/pesquisa-da-ufrn-mostra-que-bromelias-sao-fundamentais-para-a-vida-a-cultura-e-a-resiliencia-ecologica-da-caatinga.ghtml


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