Presidente da Alerj é preso suspeito de vazar informações sigilosas da polícia para ajudar um deputado aliado
03/12/2025
(Foto: Reprodução) Presidente da Alerj preso
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (3) o presidente da Assembleia Legislativa do Rio. Rodrigo Bacellar é suspeito de vazar informações sigilosas da polícia para ajudar um aliado, o ex- deputado estadual TH Joias. Na decisão, o Ministro do Supremo Alexandre de Moraes afirmou que há infiltração profunda do crime organizado no Poder Público do Rio.
Um vídeo é considerado pela Polícia Federal a principal prova contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar, do União Brasil. Na véspera da operação para prender o então deputado estadual TH Joias, um caminhão-baú deixou a casa do parlamentar carregado. TH Joias enviou outro vídeo a Rodrigo Bacellar. De acordo com as investigações, as imagens comprovam que TH Joias soube que seria alvo da PF e fez uma limpa na casa, tirando tudo o que poderia ser comprometedor.
Quem vazou a informação sigilosa foi o próprio presidente da Alerj. TH Joias saiu de casa na noite anterior à operação. Os agentes encontraram o imóvel todo revirado. Ele foi preso em outro endereço.
Presidente da Alerj é preso suspeito de vazar informações sigilosas da polícia para ajudar um deputado aliado
Reprodução/TV Globo
O ex-deputado, que também é dono de uma joalheria e fazia peças para artistas e jogadores de futebol, é acusado de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas para a facção criminosa Comando Vermelho. TH foi expulso do MDB logo depois da prisão.
Nesta quarta-feira (3) de manhã, presidente da Alerj foi chamado até a sede da Polícia Federal para uma reunião com o superintendente, quando recebeu voz de prisão. O pedido de prisão preventiva e de afastamento de Bacellar do mandato partiu do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A operação desta quarta-feira (3) faz parte das medidas determinadas pelo Supremo para que a PF investigue as conexões entre grupos criminosos e agentes públicos. No pedido de prisão, Moraes disse que:
"Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos. Rodrigo da Silva Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa, inclusive com influência no Poder Executivo estadual”.
Moraes afirma ainda haver fortes indícios de que o presidente da Alerj participa de uma organização criminosa com profunda infiltração no poder público fluminense. E que existe um verdadeiro estado paralelo, capitaneado por líderes políticos que, nos bastidores, vazam informações que inviabilizam o sucesso de operações contra facções criminosas, como o Comando Vermelho.
Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Rodrigo Bacellar e apreenderam quase R$ 90 mil em espécie no carro que ele usou para ir até a sede da PF. É a segunda vez que um presidente da Alerj é preso. O primeiro foi Jorge Picciani, que comandou a Assembleia do Rio entre 2003 e 2010. O histórico dos últimos governadores do Rio também não é bom: cinco deles foram presos: Sérgio Cabral Filho, Luiz Fernando Pezão, Rosinha Garotinho, Anthony Garotinho e Moreira Franco.
Rodrigo Bacellar deve permanecer preso na Polícia Federal até a Assembleia Legislativa receber o processo e analisar se mantém a prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
A defesa de Rodrigo Bacellar negou que ele tenha vazado informações, disse que a prisão é desproporcional, e que vai recorrer da decisão.
O advogado do ex-Deputado T-H Joias afirmou que ainda não teve acesso aos autos.
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